Hoje, em Tumbuctu, destruíram a minha casa mas não chorei.
Estou habituado à morte, como um pássaro ou um touro. Às vezes,
enfrento uma linha de água, uma pedra pequena, uma serpente
que chega de repente mas nunca digo nada. Vi numa estação qualquer
o assassinato de uma mulher de vinte e dois anos , por ter feito amor.
Uma religião matou-a, no Afeganistão. Entretanto, os presidentes
conversam mas ninguém fala na mulher assassinada pelas balas de deus.
Se eu tivesse asas, atrairia outros pássaros para a loucura dos talibãs.
Chamaria a erva das colinas mais apagadas e esperaria que elas
rompessem o cerco desta demora para a liberdade.
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