terça-feira, 15 de setembro de 2009

o mestre

Mestre, meu mestre querido!
Coração do meu corpo intelectual e inteiro!
Vida da origem da minha inspiração!
Mestre, que é feito de ti nesta forma de vida?
A calma que tinhas, deste-ma, e foi-me inquietação.
Libertaste-me, mas o destino humano é ser escravo.
Acordaste-me, mas o sentido de ser humano é dormir.
Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não existe.
Sinto crenças que não tenho.
Tudo é cansaço neste mundo subjectivado.
Tudo é esforço neste mundo onde se querem coisas.
Tudo é mentira neste mundo onde se pensam coisas.
Tudo é outra coisa neste mundo onde tudo se sente.
Depois, tenho sido como um mendigo deixado ao relento.
Pela indiferença de toda a vida.
Porque é que me chamaste?
Porque é que me deste a tua alma se eu não sei que fazer dela!

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